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ASN: qual é a sua importância para os ISPs? Entenda aqui

ASN: qual é a sua importância para os ISPs? Entenda aqui


Dependendo do volume de dados que o seu serviço hospeda e processa na internet, ser um Sistema Autônomo é muito importante, tanto para garantir que os serviços sempre estejam disponíveis, como para a segurança deles na internet. Não só Telecoms e ISPs devem ser Sistemas Autônomos. Outros perfis de empresas também devem ser – como, bancos, universidades, seguradoras, produtoras de conteúdo e portais de notícia – pelo fato do acesso a internet ser algo crítico para sua atividade fim.

Ao se transformar em um AS, a organização passa a ter um ASN, Autonomous System Number ou Número de Sistema Autônomo – número que identifica o conjunto de IPs dos quais essa organização é dona -, que é crucial para identificar os sistemas e permitir as trocas de informações e rotas entre eles.

Então, se seu objetivo é otimizar o uso da rede e promover o crescimento da sua empresa, continue lendo o post. Entenda como um ASN pode trazer mais crescimento, segurança e confiabilidade para a rede.

O que é um IX e como ele beneficia os Sistemas Autônomos?

Os Internet Exchange (IX) ou Pontos de Troca de Tráfego – PTT, como também conhecidos, são concentradores de rede que conectam diversos Sistemas Autônomos (AS). Eles são os pontos físicos onde os provedores de acesso à internet conseguem trocar tráfego entre si. Essa solução é uma das melhores formas de crescer na internet, de modo a otimizar o custo ao mesmo tempo em que a eficiência na troca de tráfego aumenta.

Isso ocorre porque, a partir de um IX, qualquer novo participante já é automaticamente assimilado à infraestrutura dos participantes existentes  (consolidados por route servers do ATM). Com isso, existe um grande aumento na percepção de qualidade por parte dos usuários, além de um maior controle da rede. Para quem quer distribuir conteúdo pela internet, essa é uma das maiores vantagens de se conectar ao IX.

Os Internet Exchanges (IX), geralmente, abordam uma região específica, como uma cidade ou estado. Porém, podem ser maiores, cobrindo um país. Apenas como exemplo, em São Paulo, são mais de 1000 Sistemas Autônomos conectados ao IX.BR-SP. Então, quando um novo AS se conecta, ele tem acesso imediato a toda a infraestrutura dele.

De um modo geral, a grande vantagem do IX é a troca de tráfego eficiente com outros Sistemas Autônomos a um custo relativamente baixo. Os Sistemas Autônomos que fazem parte dele conseguem ter um aprendizado de rotas exclusivas com outros participantes conectados e outros sistemas que fazem parte do IX. Assim, fica mais fácil fazer acordos de tráfego e de gerenciar a rede, o que diminui os custos e aumenta a eficiência para todos os envolvidos.

Como fazer parte de um IX?

Os IXs não estão abertos para todo mundo. Para fazer parte dele, é preciso ser um Sistema Autônomo, e é aí que entra o ASN. Existem alguns pré-requisitos para se tornar um Sistema Autônomo, como um volume mínimo de IPs. Uma vez que os pré-requisitos sejam atendidos, é preciso passar por uma avaliação feita pelo Registro.br. O objetivo é garantir que o sistema autônomo tenha uma infraestrutura capaz de beneficiar todos aqueles que estão presentes no IX, desde os usuários até os outros Sistemas Autônomos.

Se esse processo for feito com sucesso, é concedido o ASN, um número que identifica cada sistema que faz parte da internet e que passa pelos pontos de tráfego.

Por que é importante conseguir o ASN?

Ter um ASN, ou seja, se tornar um Sistema Autônomo é crucial por diversos motivos. Primeiramente, como mencionado, é a única forma de se beneficiar por meio de uma conexão direta a um IX. Além disso, a organização que não possui é totalmente dependente de operadoras de telecomunicações ou provedor de internet que já são Sistemas Autônomos, o que significa que as empresas que não são AS têm pouco controle sobre as políticas de roteamento e não possuem seus próprios endereços de IP, dependem de links ou IPs fornecidos pelas operadoras.

É natural que praticamente todo provedor de internet seja um Sistema Autônomo, mas isso não é limitado apenas a eles. Empresas, universidades, portais de conteúdo e diversos outros também podem se enquadrar nos pré-requisitos e aproveitar as vantagens desse número.

Outro benefício de ter um ASN é o reconhecimento pelo próprio mercado. É provável que os usuários não saibam a importância de ter esse número, mas certamente sentirão os efeitos de uma internet mais veloz e segura. Por outro lado, para os outros integrantes, é possível fazer acordos de troca de tráfego. Com seu próprio ASN, um Sistema Autônomo permite que outro acesse sua rede de forma colaborativa, reduzindo os custos e melhorando a performance de ambos.

A importância de investir em IPv6

Um Sistema Autônomo tem seus próprios IPs e pode fazer a gestão deles da forma que melhor se aplica a sua necessidade. Nesse cenário, em vez do compartilhar IPv4, incluindo o uso de CGNAT, que deveria ser usado apenas durante a transição, é possível investir na versão mais atualizada – o IPv6, que proporciona várias vantagens.

Você deve lembrar de notícias que começaram a sair há quase 10 anos, falando sobre o fim dos endereços de IP e o que isso poderia significar para o futuro da internet. Como quase sempre, o pânico do “IPCalipse” foi um pouco além do necessário, já que o IPv6 surgiu para resolver o problema. Essa é a nova versão do protocolo IP, substituindo o modelo anterior e resolvendo alguns problemas que essa solução apresentava. Logo, a ideia não era somente trazer mais endereços de IP, mas aproveitar a oportunidade para trazer outras vantagens, como um aumento na segurança, na escalabilidade e na possibilidade de aplicar soluções mais inovadoras, como o QoS. Dentre as principais vantagens do IPv6 estão:

  • facilita a criação de programas conectados à rede, já que a conectividade é fim a fim;
  • permite maior conectividade de dispositivos em um mesmo IPv4, possibilitando o uso mais fácil de inovações como a internet das coisas, o 5G e outras;
  • traz mais segurança para o usuário e para as empresas por meio de uma estrutura mais robusta e pela possibilidade mais simples de uso de soluções como VPNs;
  • a hierarquia também é mais organizada, o que significa um roteamento mais eficiente;
  • pacotes são processados mais facilmente, eliminando processos ultrapassados, como a verificação por checksum;
  • no IPv6, a transmissão de dados é “multicast”, o que significa que o conteúdo pode ser distribuído para múltiplos destinos, otimizando o fluxo de dados;
  • a autoconfiguração de endereços é uma característica nativa ao IPv6, portanto, permite uma configuração de rede mais simples.

Combinando as possibilidades que um ASN abre, com novas tecnologias como o IPv6, as empresas têm muitos recursos à sua disposição para otimizar o fluxo de internet. Cada vez mais, a distribuição de conteúdo se torna necessária para os mais variados negócios, e fazer isso de forma eficiente não somente significa reduzir os custos, mas trazer mais satisfação para os clientes.

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Data de publicação:

03/11/2021

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