As bases do funcionamento da internet são atualizadas continuamente. Isso permite aos provedores manter o funcionamento de suas infraestruturas e atender às demandas de seus clientes e parceiros comerciais com qualidade. Nesse sentido, uma das mudanças mais profundas será a adoção do protocolo IPv6. Diante disso, todo provedor deve se preparar. Ainda que esse protocolo não se torne o padrão nos próximos meses, quem se planejar conseguirá sair na frente da concorrência.
Se você quer saber mais sobre o tema, continue a leitura do texto!
O que é IPv6?
IPv6 é o termo usado para definir a nova versão do protocolo IP. Ela servirá para substituir o protocolo IPv4 nos próximos anos. Além disso, contará com atualizações para otimizar as infraestruturas de rede de todo o planeta em termos de segurança, confiabilidade e interoperabilidade.
O IPv6 tem como maior diferencial o suporte a um número maior de aparelhos conectados simultaneamente. Além disso, ele corrige muitos problemas de desempenho e segurança do IPv4. Desse modo, provedores de internet e usuários da web podem investir na transformação digital com riscos baixos.
Por que o IPv6 foi criado?
O protocolo IPv4, definido na RFC 791, permitiu que a internet chegasse em todo o planeta nas últimas décadas. Entretanto, conforme a Internet das Coisas, as conexões mobile e a transformação digital se tornaram parte do nosso dia a dia, os limites desse protocolo começaram a ser atingidos. Em outras palavras, as tabelas de IP disponíveis para uso nas infraestruturas de provedores de Internet começaram a se esgotar.
Ao mesmo tempo, as técnicas usadas para contornar o excesso de aparelhos conectados simultaneamente começaram a ser insuficientes para atender à demanda por conexões à web. Diante disso, a IETF iniciou o desenvolvimento do IPv6, uma nova versão do protocolo IP, capaz de contornar os limites do IPv4 em termos de segurança, estabilidade e suporte a aparelhos.
Qual a diferença entre o IPv6 e o IPv4?
A principal diferença entre o protocolo IPv4 e IPv6 é o número de aparelhos que podem ser conectados ao mesmo tempo. Os endereços IPv4 são gerenciados em números de 32 bits. Isso garante o suporte a 4.294.967.296 endereços diferentes. Ou seja, pouco mais de 4 bilhões de aparelhos podem ser conectados à internet ao mesmo tempo.
Já no IPv6, os endereços de cada máquina são representados por meio de números de 128 bits. Eles contam com uma configuração alfa numérica, que combina letras e números para gerar um IP único. Desse modo, é possível criar até 340.282.366.920.938.463.463.374.607.431.768.211.456 endereços (cerca de 79 trilhões de vezes o espaço disponível no IPv4).
Para termos uma ideia da magnitude desse número, cada pessoa no planeta contará com 5,6 x 10^28 IPs. Além disso, metade dos 128 bits são usados para identificar a rede. Como consequência, conseguiremos manter, após a implementação completa do IPv6, 18.446.744.073.709.551.616 endereços diferentes.
Por que os provedores devem estar atentos para o IPv6?
Para os provedores de internet, o IPv6 representa uma grande evolução. Ele dará, para os negócios que atuam na área, a oportunidade de ampliar a sua infraestrutura e o seu portfólio de clientes com segurança e estabilidade. Ao mesmo tempo, abrirá espaço para uma prestação de serviços mais robusta e alinhada aos padrões do mercado.
Além do suporte a mais aparelhos, o IPv6 trará vários avanços para o dia a dia do negócio, tais como:
- o fim do uso do NAT, o que simplificará projetos e as rotinas da gestão de redes;
- a possibilidade de implementação de conexões fim a fim, o que torna mais ágil a criação de programas de computador que usam a web para trocar dados, como os serviços de cloud computing;
- a disponibilidade de novos recursos de mobilidade, que tornam mais confiáveis os projetos de implementação de aparelhos com alto nível de mobilidade ou que necessitam de conexões contínuas;
- os novos recursos de segurança, como o IPSec.
Quando as empresas migrarão para o IPv6?
A migração para o IPv6 está ocorrendo de maneira progressiva. A princípio, o novo protocolo está funcionando lado a lado com o IPv4. Em função disso, provedores de internet devem estar preparados para instalar mecanismos que permitam a troca de dados entre ambas as redes, mitigando problemas de estabilidade e possíveis erros de comunicação.
Uma vez que as tabelas de IP no protocolo IPv4 se esgotarem, será exigido o aumento de uso do IPv6. Contudo, isso dependerá de um acordo entre todas as redes para se tornar realidade. Em outras palavras, não é um processo que deve acontecer no curto e no médio prazo, mas que já deve estar nos planos de ação da sua companhia.
Mesmo assim, os provedores devem começar a se preparar o mais rápido possível. A implantação deve ser planejada com o apoio da equipe de gestão de infraestrutura, otimizando serviços, atualizando equipamentos e treinando os colaboradores.
Além disso, o provedor deve fazer a solicitação do seu bloco de IPs compatíveis com o IPv6. Eles são designados pelo NIC.br, por meio do Registro.br. As alocações mínimas para os provedores são de grandes blocos (/32), capazes de atender:
- 4.294.967.296 redes /64;
- 16.777.216 redes /56;
- 65.536 redes /48.
Os provedores devem direcionar os usuários de aparelhos móveis para redes /64. Já os usuários domésticos para redes entre /64 e /56, com preferência para redes /64. Por fim, usuários corporativos devem receber blocos /48 ou maiores, caso seja necessário.
O ideal é que o provedor comece o seu planejamento o mais rápido possível. Desse modo, o provedor estará preparado para aproveitar todos os benefícios dessa novidade e garantir que os seus clientes tenham acesso a essa nova versão do protocolo IP o mais rápido possível.
O investimento em IPv6 garantirá que o negócio esteja pronto para a internet do futuro. Além disso, abrirá espaço para serviços de internet mais inovadores, robustos e eficientes. Por isso não deixe de se preparar para o IPv6 o quanto antes!