Os ataques de negação de serviço (DoS) seguem crescendo no mundo e se tornando cada vez mais robustos. Com a exploração de novas tecnologias, como a Internet das Coisas (IoT), esses criminosos conseguem criar ameaças rápidas e eficientes, sendo bem difíceis de serem combatidas. Os métodos se tornam mais profissionais com o passar do tempo.
Quando se lida com um DDoS, uma das principais dúvidas é sobre sua origem. É comum se perguntar como rastrear a origem de um ataque DDoS, mesmo que seja uma tarefa extremamente difícil de realizar. Mas existem alguns macetes que podem ajudar você e essas dicas estão bem explicadas neste artigo. Leia tudo até o final para adquirir esse conhecimento. Confira!
De que forma um ataque DDoS ocorre?
Criminosos do mundo virtual realizam investidas contra sites e empresas na internet, porque essa ação tem um alto poder destrutivo. Uma loja online ou um portal de notícias que fica fora do ar por algumas horas pode amargar enormes prejuízos. Para alcançar esse fim, os atacantes utilizam uma técnica evoluída.
Esse tipo de ataque é uma evolução de seu antecessor, o ataque DoS. Nele, a investida contra um determinado site é feita de forma individual. Esse modelo de invasão não é tão difícil de ser combatido e foi daí que surgiu uma nova técnica de ataques distribuídos: o DDoS.
Ou seja, ao invés de fazer apenas uma investida contra um servidor, são feitas várias e várias requisições de uma só vez. Por isso seu nome é ataque de negação de serviços distribuído. Máquinas virtuais infectadas realizam o trabalho coordenado e, dessa forma, o servidor simplesmente pára de funcionar. As requisições de acesso acontecem em um número muito grande e os visitantes legítimos não conseguem acessar o serviço porque ele se torna indisponível.
Quais são as motivações de um ataque DDoS?
Acompanhe a seguir alguns motivadores de uma investida cibernética baseada em ataques distribuídos de negação de serviço.
Hacktivismo
O conceito Hacktivista (ou Hacktivismo) é uma espécie de anarquismo digital composto por pessoas que tendem a atacar aquilo que não concordam. Assim, um dos motivos de um ataque DDoS pode ser uma causa de um determinado grupo por simplesmente discordar da economia ou política, por exemplo. Foi isso que aconteceu nos ataques a diversos patrocinadores da Copa do Mundo de futebol no ano de 2014.
Extorsão
Outro forte motivador de ações como essa é o dinheiro. Sim, do mesmo modo que um sequestrador pede resgate pela vítima, existem criminosos que pedem dinheiro em troca de parar um ataque DDoS (ou mesmo para não fazê-lo). Existem vários casos desses registrados ao redor do mundo e, infelizmente, trata-se de uma realidade crescente.
Concorrência
Sim, você leu certo. A prática de atacar concorrentes existe sim e visa manchar a reputação da empresa que atua no mesmo ramo de quem ataca, causando prejuízos e até mesmo a falência. A depender do porte da empresa, cada hora sem seu sistema pode significar enormes perdas financeiras.
Como está o crescimento dos ataques DDoS?
Nos últimos anos, os ataques distribuídos de negação de serviço (DDoS) vêm crescendo com relativa significância. A questão sobre eles não é somente o aumento no número de ocorrências, mas também o aumento da complexidade. Desse modo, está cada vez mais fácil para os criminosos utilizarem esse método para alcançar seus objetivos maliciosos.
No contexto de 2020, com a crise econômica e necessidade de adaptação de muitas empresas, essas investidas se tornaram bem mais comuns. No referido ano, a UPX registrou cerca de 493.923 ataques DDoS, quase 3 vezes mais do que o registrado no mesmo período do ano anterior, quando foram computados 182.896 ataques distribuídos de negação de serviço.
Seja para deixar fora do ar o sistema de um concorrente, seja para testar a quantidade que uma rede aguenta, ou até por outros motivos, criminosos dispõem hoje de várias técnicas para isso. Eles podem investir em fragmentação ou amplificação, por exemplo. O objetivo é sempre tornar o sistema-alvo inativo e gerar uma série de consequências — que, aliás, detalharemos no próximo tópico.
Um dos meios mais comuns de promover os ataques DDoS é com o uso debotnets, que são computadores-zumbis orquestrados para um ataque a um determinado servidor. Eles são dispositivos invadidos por hackers e controlados para enviar requisições em uma quantidade excessiva, que sobrecarrega a vítima.
Com o advento da Internet das Coisas, infectar um grande volume de dispositivos se tornou ainda mais fácil. Principalmente porque a segurança nesses objetos conectados ainda é uma questão bem sensível. Basta imaginar o nível de complexidade de um computador pessoal comparado ao de uma geladeira inteligente. A diferença é absurda ao passo que um dispositivo comum pode não conseguir se proteger.
A falta de uma visão preventiva e a escolha de um método errado de mitigação de danos podem ser fatais também. Depois que um ataque DDoS ocorre, a empresa pode precisar manter a rede fora do ar por um longo período a fim de tratar de forma lenta e pouco inteligente as solicitações.
O fato de que as empresas não estão preparadas para essas ações torna a estratégia ainda mais lucrativa para os criminosos. Ter um site no ar pode ser uma tarefa relativamente fácil, mas operar com um nível de proteção refinado requer conhecimentos especializados. Como nem sempre uma organização dispõe dessa estrutura, acaba sendo alvo fácil para esse tipo de investida criminosa.
Quais são as consequências de um ataque DDoS?
Um ataque DDoS gera inatividade nos sistemas do alvo. Uma vez que existem muitas solicitações, o servidor simplesmente não consegue gerenciar o grande número de requisições e sai do ar. Essa situação, em si, já desencadeia vários problemas com possíveis impactos financeiros significativos.
Um deles é a falta de serviço para os clientes reais, o que gera uma experiência ruim e prejudica a imagem da empresa. Um e-commerce que sai do ar por conta desse problema, por exemplo, pode afastar seus consumidores quando eles precisarem realizar uma compra online.
A partir daquela impressão, é possível que esses usuários não voltem mais. Isso transmite a eles um senso de falta de profissionalismo e principalmente de segurança, o que é ainda mais grave. Assim, os consumidores não terão a confiança necessária para seguir comprando no site e cadastrar dados pessoais.
Uma loja online é o tipo de organização que não pode ficar fora do ar, pois suas operações ocorrem 100% pelo meio virtual. Até mesmo a comunicação com o cliente para fins de ajuda e/ou suporte são afetadas nesses casos, o que gera uma experiência de compra muito ruim para o consumidor.
Da mesma forma, um provedor de internet afetado por um DDoS implica quedas e lentidão nas conexões que eles oferecem aos seus clientes. Ao não suprir os serviços contratados, a empresa fica passível de penalidades. Uma delas é o ressarcimento calculado sobre o período que o acesso foi interrompido.
Além disso, há perda de lucratividade, já que negócios deixam de ser concretizados. Ademais, os sistemas internos podem até não cair de vez, mas perdem em performance e se tornam lentos demais. No mundo da navegação pela internet, velocidade é um quesito altamente importante.
Em outras situações, há um prejuízo claro na produtividade interna. Funcionários ficam sem trabalhar, perdem tempo e consomem recursos sem trazer o devido retorno com seu trabalho. Essa inatividade pode gerar atrasos nos prazos de entrega para empresas que lidam com serviços.
Leandro Camargo, Gerente de Engenharia e Segurança da UPX, destaca a sobrecarga de profissionais como consequência de ataques distribuídos de negação. Esse tipo de investida gera uma pressão interna por ações rápidas, já que a perda de dinheiro é alta.
Como identificar a origem de um ataque DDoS?
Quando falamos de ataques de negação de serviço, o alvo sempre quer saber quem é o responsável pelos ataques. A questão é que a origem não necessariamente é a do atacante em si. Isso porque a cada dia os ataques se tornam mais sofisticados e os criminosos conseguem esconder sua verdadeira origem.
A técnica de IPspoofing, por exemplo, consiste em enviar uma requisição de um endereço com um registro de outro, ambos constantes no cabeçalho. O atacante consegue esconder o IP de origem para fazer requisições legítimas. Então, quando uma requisição é enviada ao servidor, ele envia uma resposta legítima ao endereço de requisição que também é legítimo.
Além disso, nos casos em que criminosos utilizam botnets é difícil saber o que é um dispositivo infectado, contribuindo para exceder os limites dos servidores e o que são clientes tentando acessar os serviços. Nessa situação, mesmo aplicando uma análise aprofundada dos pacotes, em busca de padrões similares aos maliciosos, não quer dizer que será possível identificar o atacante.
Também existem outras maneiras de identificar quem está atacando. Pode ser um concorrente, pode ser simplesmente alguém tentando testar a rede. A questão é que a origem dos ataques não é importante, mas sim estar protegido para não ser impactado pelas investidas.
Como se proteger de um ataque distribuído de negação de serviço?
No momento do ataque, é importante utilizar as melhores ferramentas possíveis. Isso inclui inteligência artificial, automação e filtros inteligentes para monitoramento dos comportamentos na rede, dos tráfegos e do volume de banda consumido a cada instante. Métodos como as blocklists de IPs são importantes para a mitigação. Eles estabelecem alguns endereços como maliciosos e os filtram.
É fundamental que haja um controle cuidadoso para evitar falsos positivos ou falsos negativos nas análises preventivas. O ideal é sempre utilizar como base uma grande miríade de informações para saber como agir antes mesmo que essas investidas se concretizem.
É comum que as pessoas queiram saber como rastrear a origem de um ataque DDoS. Contudo, é preciso entender que se trata de uma tarefa difícil, que envolve conhecimento técnico e domínio das ferramentas de mitigação. Por isso, o ideal é sempre contar com especialistas e companhias que saibam como combater essas ameaças, sem comprometer o funcionamento da rede e com velocidade. A UPX pode auxiliar você e sua empresa na prevenção e mitigação de danos causados por ataques DDoS.
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