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Qual é a importância de ser um Sistema Autônomo?

Qual é a importância de ser um Sistema Autônomo?



Publicado em: 15 de out. de 2024
Categoria: Redes

Como sempre frisamos, a transformação digital trouxe uma série de mudanças para as organizações. Muitas das atividades de core business hoje dependem de uma Internet escalável e estável.

Por isso, neste texto apontamos por que é importante que empresas as quais dependem de disponibilidade contínua e escalável de rede sejam um Sistema Autônomo (Autonomous System em inglês).

Veja a seguir as vantagens de ser um Sistema Autônomo, os tipos e usos, e como fazer para se tornar um. Boa leitura!

O que são Sistemas Autônomos?

Os Sistemas Autônomos (AS) são redes ou conjuntos de redes sob uma gestão comum. Em outras palavras, são empresas que têm seus próprios prefixos de IP para gerenciar e trocar tráfego a partir de uma política comum que define regras de roteamento para a web.

A Internet pode ser vista, então, como um conjunto de Sistemas Autônomos interconectados. Todos os dispositivos que estão conectados à rede estão interligados, direta ou indiretamente. Além disso, cada um deles tem um IP, uma espécie de endereço na internet.

Então, ao se tornar um Sistema Autônomo, o provedor tem mais liberdade com o que pode ser feito com os IP’s. Ele pode, por exemplo, ter endereçamento portável, alocação de IP diretamente para clientes, maior quantidade de endereços de IP e outros.

Essas regras são a política de roteamento, com base em diversos parâmetros que definem quem pode acessar determinado conteúdo e como isso é feito. O provedor tem controle sobre o tamanho de pacotes, uma lista de acesso e diversos outros.

É importante ressaltar que para se tornar um AS é preciso passar por um processo realizado pelo Registro.br, que inclui informações de pré-requisitos para a implementação, análise a aprovação do pedido.

Quais são os tipos de Sistemas Autônomos?

Basicamente, existem 3 tipos de Sistemas Autônomos, divididos de acordo com sua conectividade:

  • Sistema Autônomo Stub: é o mais simples, possuindo apenas uma conexão com outro AS. Na maioria dos casos, esse sistema funciona como um “subsistema”, no caso de ligações privadas de instituições financeiras, que demandam uma camada extra de segurança;
  • Sistema Autônomo Multihomed, multiconectado ou multicamadas: mantém ligações com outros sistemas, mas também são usadas para tráfego. Uma de suas principais vantagens é se manter conectado à internet mesmo que ocorra um problema grave em um dos sistemas.
  • Sistema Autônomo de Trânsito: são mais usados por provedores de internet, eles são conhecidos como “backbones”. A espinha dorsal da internet é o caminho principal pelos quais os dados passam.

Por que é importante se tornar um Sistema Autônomo?

O Sistema Autônomo pode ser um facilitador para que uma organização mantenha suas operações e serviços sempre disponíveis.

Alguns segmentos, como bancos, seguradoras, hospitais e companhias aéreas, por exemplo, não podem ficar suscetíveis a quedas de conexão ou indisponibilidade de rede. No caso de uma instituição bancária, ela jamais pode ficar sem conexão, visto que boa parte das transações financeiras dependem da Internet.

Isso significa que a indisponibilidade de rede é algo muito crítico nesse setor, podendo comprometer a atividade-fim da empresa. Diante desse cenário, é fundamental garantir, por meio de Sistemas Autônomos, que haverá disponibilidade de rede constante e segura para a realização das funções concernentes ao core business da organização como um todo.

Isso porque, quando uma empresa se torna um Sistema Autônomo, ela passa a ter uma infraestrutura de rede mais robusta, e pode contar com mais de um fornecedor de trânsito para garantir redundância em caso de indisponibilidade ou intermitência de rede.

O problema é que a estrutura da internet brasileira, assim como toda a mundial, aconteceu meio que no improviso. Existem muitos provedores e instituições que começaram a operar em condições abaixo do ideal. Para elas, se tornar um Sistema Autônomo pode trazer inúmeras vantagens, como veremos a seguir.

Uso de IP portável

Quando a empresa atua de modo independente, sem precisar de um provedor externo, o processo de troca de provedor de acesso à Internet passa a ser facilitado e mais ágil, pois não há mais necessidade de mudanças de configuração interna.

Espaço de endereçamento de IP próprio

É possível alocar endereços de IP válidos diretamente para os seus clientes. Isso, quando bem explorado, pode ser utilizado em aplicações internas, além de facilitar o processo de rastreabilidade de clientes. O resultado é uma maior segurança tanto na conexão interna como na externa.

Redundância

Um Sistema Autônomo permite a redundância na conexão à Internet por meio do uso de dois ou mais provedores. Com isso, aumenta-se a disponibilidade dos serviços prestados e diminui-se as chances de que o negócio fique sem conexão. Como falamos, há segmentos em que esse tipo de situação não pode ocorrer.

Possibilidade de participar em um IX

Somente Sistemas Autônomos podem participar de um IX (Internet Exchange). Trata-se de uma infraestrutura física que facilita o trânsito de dados entre provedores e outras redes – acadêmicas, de instituições governamentais e de empresas – otimizando a interconexão das diversas redes que compõem a Internet.

Esse tipo de estrutura física possibilita uma redução de custos nos processos de conexão e aumenta a eficiência na troca de dados nas redes. Quando um novo Sistema Autônomo faz uma conexão com o IX, ele automaticamente se interliga a toda a rede de outros AS que estão ali presentes, e passa a trocar tráfego diretamente com eles.

Quais são os principais usos de Sistemas Autônomos?

Na prática, os Sistemas Autônomos são usados por empresas de grande porte, como multinacionais, universidades, redes de bancos, portais de conteúdo e outras. Os objetivos são variados, como o uso de muitos IPs para trocar informações com os servidores públicos.

Imagine uma universidade, por exemplo. Entre o corpo docente, funcionários e alunos, a quantidade de computadores e dispositivos conectados à rede é absurda. O Sistema Autônomo é uma forma de criar uma “internet dentro da internet”, que é mais fácil de controlar.

Como ficou claro, um Sistema Autônomo definitivamente não é uma solução para todo mundo. Ele é importante em situações mais específicas, o que significa que é preciso contar com a avaliação de uma equipe técnica especialista para avaliar se vale a pena ou não implementá-lo.

Não existe regra geral, mas é possível observar alguns indícios de quando pode ser o momento de se tornar um Sistema Autônomo. Basicamente, são dois indicadores: a quantidade de endereços de IP alocados e o planejamento futuro da empresa.

No caso dos endereços de IP, a alocação mínima de blocos do tipo IPv4 feito pelo registro.br é 1/20. Então, a justificativa mínima é 25% desse bloco, o que dá um bloco /22 ou, de forma mais simples de entender, 1024 endereços de IP. Além disso, se a empresa planeja ter uma política de roteamento distinta, se tornar um Sistema Autônomo também é justificado.

Vale ressaltar que a adoção do IPv6 é necessária, já que o IPv4 se esgotou no LACNIC em agosto de 2020. Agora, a única possibilidade de obter blocos IPv4 é aguardando em uma fila seletiva onde esses IPs serão recuperados de empresas que não os utilizam mais, porém para isso não há prazo definido.

Como solicitar um AS?

Para poder solicitar um AS, é preciso que a organização cumpra alguns requisitos mínimos, tais como:

  • ter uma estrutura com complexidade mínima de rede;
  • ter pelo menos duas conexões para acesso à Internet ou uma conexão com a Internet e um link de transporte até um IX;
  • ter uma equipe técnica que seja capacitada para executar os procedimentos relacionados com a criação, a implementação e a operação da política de roteamento da sua empresa;
  • ter equipamentos que ofereçam suporte para a implementação do protocolo BGP;
  • recursos financeiros para dar aporte à mudança e administração da nova estrutura.

A partir disso, o gestor responsável por esse processo precisa seguir alguns passos, tais como:

  • preencher o formulário disponível no Registro.br, órgão responsável por essa questão no Brasil;
  • todos os recursos necessários devem ser requisitados por meio do mesmo formulário;
  • o formulário deve ser encaminhado no corpo da mensagem e em formato texto para o e-mail responsável do Registro.br (cidr-request@registro.br);
  • aguardar o período de análise, cujo prazo médio é de 2 semanas;
  • assim que ocorrer a aprovação, será enviado um e-mail que também conterá o boleto bancário para a realização do procedimento;
  • a alocação é feita no dia seguinte após a confirmação de pagamento.

A partir disso, é liberado o acesso para que o engenheiro de redes consiga executar os procedimentos necessários para a implementação do Sistema Autônomo.

Disponibilidade atrelada a segurança

Ser um Sistema Autônomo não é importante somente para ISPs ou empresas do setor de Telecom, mas também para empresas as quais a disponibilidade de rede e a conexão de internet sejam essenciais para sua atividade-fim. Além da disponibilidade, outro fator essencial de ser um Sistema Autônomo é que o controle do gerenciamento dos próprios IPs aumenta a confiabilidade da rede e também possibilita o investimento em soluções que protegem essas redes de ataques cibernéticos, como os do tipo DDoS, por exemplo.

A UPX é especialista em cibersegurança e pioneira em mitigação de ataques DDoS no Brasil, pois desenvolveu uma solução própria para combater ataques a sua própria rede no passado, que hoje foi aprimorada para proteger outros Sistemas Autônomos de forma personalizada.

Saiba mais, entre em contato com nossos especialistas para garantir mais proteção ao seu Sistema Autônomo!

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